sábado, 27 de agosto de 2016

Case-se com uma mulher que espere o ônibus com você.




Case-se com uma mulher que viaje contigo pra outra cidade, pegando dois ou três ônibus, apenas para te ver tomar posse de seu cargo e futura carreira, mesmo que esteja um frio descomunal.
Case-se com uma mulher que assista às suas aulas, na verdade este exemplo é mais real a mim, por ser professor, mas a questão é que deves se casar com alguém que queira fazer parte da sua vida e de sua intimidade, queira das muitas maneiras possíveis te ver com admiração, com os olhos que os outros te veem e, mais que isso, ver como os olhos dos outros te veem.
Sempre encontramos pessoas que dizem ter admiração por nós, mas poucas são aquelas que naturalmente se dispõem a contemplar os momentos que não podemos dedicar exclusivamente a elas, e mesmo assim, querem estar lá, se fazer presente e expressar toda a admiração e companheirismo que nutrem por ti.
Case-se com uma mulher a qual não precise lembrar que seus sentimentos também são importantes, pois muitas pessoas ainda tem uma visão deturpada de que ser masculino é não ter fraquezas, o que na verdade é o contrário, e isso não tem nada a ver com masculinidade, mas com maturidade. É preciso ser muito maduro para saber lidar e resolver situações, o que não quer dizer que não se precise de algum apoio.
Case com uma mulher que te veja como família, e não alguém ligado a família. Um dos maiores valores na vida é encontrar alguém que te torne parte da família. Queira que estejas presente nos passeios e festas de família, mas é importante que não te agregue à família, mas te veja como parte dela. Alguem que, assim como esporadicamente compra presentes para os familiares sem motivo, exponha pra ti pequenas lembrancinhas, sem datas representativas, apenas porque lembrou de ti, seja uma bala, ou uma mensagem ao meio do dia para dizer que te ama, que sentiu saudades, que pensou em ti. Alguém que, assim como quer que estejas com a família, queira que desfrutem momentos e lembranças a dois.
Case-se com uma mulher que saiba que a intimidade não significa apenas sexo, significa desfrutar de momentos em que a transparência, cabível apenas a quem despe a alma, é possível e imprescindível. A intimidade implica na conversa, no carinho, na caricia, no corpo que te busca, no abraço, no deitar no busto. Nada é mais doloroso do que se relacionar com alguém que não busca teu corpo, que não busca teus braços, que não te chama para sair... e isso não implica na chegada ou na despedida, mas no tempo entre estes.

Case-se com uma mulher que te filtre como num raio-x, alguém que percebas que os dois dias em que ficou sem ligar na verdade não foi porque se esqueceu, ou porque estavas ocupado, mas sim porque tinhas muitas frustrações e queria apenas que alguém demonstrasse que sentia a sua falta. Uma mulher que, ao bater os olhos em ti, saiba quando estás triste, chateado, ou mesmo com dor de cabeça.
Case-se com uma mulher por quem tenhas a coragem de fazer loucuras, e não digo do tipo atentados ao pudor, por mais que isso seja interessante também. Refiro-me aquela mulher na qual sintas agonia por fazer-lhe uma surpresa no trabalho, na faculdade, ou em qualquer outro lugar, apenas para ver aquele sorriso sem graça e a felicidade escorrer pelo seu rosto.
Case-se com uma mulher na qual se sinta seguro o suficiente para esconder o rosto em seus ombros e chorar como um bebê desesperado. Alguem em quem confies o suficiente para ligar e pedir qualquer coisa, mesmo sabendo o mega trabalho que aquilo possa ser, alguém a quem possas confiar que irá pedir saída do trabalho para acompanhar seu pai na saída do hospital.
Case-se com alguém que queira estar contigo, queira passear no parque nos dias de folga, queira passear de mãos dadas pela noite, queira estar com seus amigos, queira estar na sua vida. Case com alguém que jogue bilhar com você, case com alguém que te acompanhe ao barzinho, mesmo que não beba nada. Case sim com sua melhor amiga, pois com o tempo, o que mais vigorará é a amizade e o carinho que nutrem entre si.






Case-se com uma mulher que espere o ônibus com você... que espere por horas e, mesmo não querendo, esteja lá ao teu lado, pois a sua companhia é mais importante que qualquer outra coisa. É fácil encontrar alguém que queira estar contigo apenas se tiver carro, enquanto for confortável um belo passeio de domingo, mas nada se compara a uma mulher que sabes que esperará o ônibus ao teu lado.
Mas jamais se esqueça, case-se com alguem com quem estejas disposto a oferecer o mesmo.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Vida: uma escola sem muros


Quantas vezes não indagamos o porquê de muitas pessoas não valorizarem como objeto de conhecimento a cultura de rua, as práticas sociais, entre outras situações as quais só encontramos no ambiente externo à escola? Por vezes desprezamos que o desenvolvimento cognitivo existe somente numa interação dialógica entre o sujeito e o objeto de conhecimento a partir da referencia biografica deste mesmo sujeito.

Pensar em educação implica pensar numa serie de coisas, afinal, como dizia Paulo Freire: “a leitura do mundo precede a leitura da palavra”, em outras palavras, antes de sabermos, ou desenvolvermos determinada informação como “conhecimento”, lidamos com uma situação empírica, onde, a partir de nossos referenciais biográficos, atribuímos valores hierárquicos sobre os objetos cognoscíveis.

Socialmente somos tão condicionados, pelos padrões privados de cultura e educação, que não damos valor a vasta circulação de informações contidas em nossos ambientes de convívio cotidiano, esquecendo que aprendemos no breve papo durante o intervalo entre as aulas, lendo um livro, brincando no jardim e quando mergulhamos nos próprios pensamentos, enquanto observamos uma bela paisagem. Enfim, aprendemos a todo o momento e durante toda a vida.

Lamenta-se muito quando alunos são convidados a trabalhos de campo, durante as oficinas, ou mesmo a outros momentos de socialização, em que os mesmos consideram supérfluo. Nestes momentos percebemos como a estrutura de escolarização tradicional, onde valoriza-se a imponência do professor e os conteúdos rigidamente “didáticos”, cristalizou-se nestes educandos e, quebrar essas posturas doxas torna-se um trabalho contínuo a ser praticado a quem está disposto a uma proposta mais construtivista.

A questão é: como fazer com que as pessoas de nosso convívio social próximo percebam que a vida é uma escola sem muros, sem privações de opinião, algo a ser apreendido, questionado e refletido? Como fazer para que a educação seja uma prática para a liberdade e não uma extensão ou reprodução do sistema tradicional?

domingo, 19 de maio de 2013

Desigualdade



                  Pensar em desigualdade pressupõe uma serie de conceitos. Percebemos, no entanto, que todo ato conceptivo de desigualdade parte do princípio de classificação e diferenciação cultural historicamente constituído e transmitido tradicionalmente de forma pragmática.

                 Numa observação criticamente gnoseológica, podemos observar que os costumes socialmente pré-estabelecidos, e que proporcionam caracteristicamente uma predisposição de valores, hierarquias e concepções, são apreendidos desde a infância a partir das tradições que durante a primeira socialização percebe-se como aceitação e prestígio social. Por vezes conhecemos indivíduos os quais reproduzem estes hábitos de forma ignorantemente preconceituosa.

                   A partir deste mesmo preceito, a desigualdade se cristaliza e perdura no decorrer das eras, em reprodução das estruturas pragmáticas do desenvolvimento capitalista, pois como propõe Pierre Bourdieu, as estruturas culturais estabelecidas e reproduzidas, de geração em geração, tem o intuito de manutenção da estrutura vigente, onde a classe hierárquica domina o capital cultural, de modo que a cultura da elite social sobrepõe majoritariamente a aprovação social.

                 Sem a percepção de que existe uma estrutura social de desnível de aprovação cultural, reproduziremos os pré-conceitos de valoração cultural, e permitiremos que a cultura dos excluídos seja aniquilada pelas informações da comunicação em massa, circulante, quase que unicamente, pela aprovação dos dominantes sociais.

  Dam Reis

terça-feira, 16 de abril de 2013

Repensando o cotidiano- Apresentação

Olá caros/caras leitores/leitoras Este blog está se formando com a principal idéia de repensar as dinâmicas sociais do dia a dia, momentos culturais e discursos ideológicos veiculantes em ambientes de comunicação em massa.

 OBJETIVOS: Aqui pretendemos discutir, observar ou quem sabe até esmiuçar fatos rotineiros, ou isolados, em destaque na vida cotidiana.

 JUSTIFICATIVA: A idéia deste blog surgiu durante uma tarde onde buscávamos alternativas de ação para ajudar pessoas com dificuldades de legitimação social, ou mesmo de argumentação divergente da massivamente midiática a qual temos fácil acesso pela comunicação em massa.

 METODOLOGIA: pretendemos desenvolver postagens dissertativas e críticas, por vezes fundamentada por livros ou periódicos; Por vezes faremos postagens através de vídeos expositivos; Divulgaremos eventos em que tivermos acesso, de preferencia os de acessibilidade gratuita. Indicaremos livros de interesse;