domingo, 19 de maio de 2013

Desigualdade



                  Pensar em desigualdade pressupõe uma serie de conceitos. Percebemos, no entanto, que todo ato conceptivo de desigualdade parte do princípio de classificação e diferenciação cultural historicamente constituído e transmitido tradicionalmente de forma pragmática.

                 Numa observação criticamente gnoseológica, podemos observar que os costumes socialmente pré-estabelecidos, e que proporcionam caracteristicamente uma predisposição de valores, hierarquias e concepções, são apreendidos desde a infância a partir das tradições que durante a primeira socialização percebe-se como aceitação e prestígio social. Por vezes conhecemos indivíduos os quais reproduzem estes hábitos de forma ignorantemente preconceituosa.

                   A partir deste mesmo preceito, a desigualdade se cristaliza e perdura no decorrer das eras, em reprodução das estruturas pragmáticas do desenvolvimento capitalista, pois como propõe Pierre Bourdieu, as estruturas culturais estabelecidas e reproduzidas, de geração em geração, tem o intuito de manutenção da estrutura vigente, onde a classe hierárquica domina o capital cultural, de modo que a cultura da elite social sobrepõe majoritariamente a aprovação social.

                 Sem a percepção de que existe uma estrutura social de desnível de aprovação cultural, reproduziremos os pré-conceitos de valoração cultural, e permitiremos que a cultura dos excluídos seja aniquilada pelas informações da comunicação em massa, circulante, quase que unicamente, pela aprovação dos dominantes sociais.

  Dam Reis